quarta-feira, setembro 23, 2009

1001 Dálmatas?!?!

Longe de mim estar a fazer campanha eleitoral, coisa que não me interessa e da qual cada vez quero mais distância. Ainda assim, não deixa de me surpreender que após tudo o que este governo fez pela educação em geral e pelo ensino da música em particular haja a real lata de se querer fazer um bonito em público e fazer a festa das escolas da música no CCB, na qual se poderá mostrar que afinal está tudo bem no jardim à beira-mar plantado. Afinal de contas o povo é sereno, o rectângulo é ingovernável, como diz o outro senhor que não asfixia ninguém e os músicos ficam contentes se lhes derem a oportunidade de se apresentar no CCB. Parece-me a mesma lógica de tirar as terras aos índios em troca de missangas. Afinal de contas o CCB não é tão brilhante mas é bem maior.
A real lata para mim continua pelo facto de a grande festa ter tido a sua data alterada para um dia antes, por forma a não coincidir com as eleições. Acabemos o mandato in a blaze of glory e pode ser que os pobrezinhos fiquem tão contentes de ir a Belém que se esqueçam do que se passou. Pior que isso, marquemos a data ser consultar as escolas, digamos-lhes depois que a data é inalterável devido à programação do CCB, combinemos com o CCB a alteração da mesma data depois de serem anunciadas as eleições e por último, umas semanas mais tarde, informemos as centenas de participantes. Afinal de contas ninguém pode ter mais nada que fazer.
A coisa mais triste é que não vejo ninguém a concordar comigo. A dizer que os músicos são mais do que um DVD que se põe a tocar quando dá jeito. Que devíamos dizer que quem destroia fonte não tem direito a beber água, ou melhor, a vender garrafas. Que todos os alunos e professores de música do país deveriam is ao CCB à grande festa para fazer 1001 minutos de silêncio em palco, in memoriam dos conservatórios, cada vez menos centros de partilha de experiências e saberes e locais de crescimento e cada vez mais potenciais fábricas de inúteis normalizados, como fruta de supermercado. O único minuto de silêncio foi a resposta que me foi dada ao sugerir a ideia de ir para o palco de luto e em silêncio.
Aquilo que me pergunto é se não temos realmente tudo aquilo que merecemos. Quem será realmente pior, a marioneta, mesmo que se queixe da sua sorte, ou quem a manipula?

Nove do nove do nove




































O início de um ano lectivo é, por definição, uma época complicada. Este ano lectivo foi mais complicado do que muitos, com o esforço hercúleo da nossa ministra da (des)educação em alienar ainda mais uma franja do eleitorado que pudesse ter dúvidas relativamente ao que fazer no próximo fim-de-semana. Assim, a quantidade de trabalho tem sido tanta que nem me tenho aproximado do computador.
Espero que não seja demasiado tarde para partilhar convosco algumas fotos do meu aniversário, na data engraçada de nove do nove do nove. A próxima semelhante será em 2099 e não me parece que ainda por cá ande. Caso me engane, suspeito que devo estar nessa altura quase a chegar à idade da reforma...